Gaúchos priorizam Copa do Brasil e querem manter RS como maior vencedor

Os três maiores do Rio Grande do Sul iniciam campanha na 20ª edição de um torneio que já ganharam se A Copa do Brasil chega, neste 2008, à sua 20ª edição, e o Rio Grande do Sul começa, através de seus três maiores clubes, a busca pelo 7º título. Nenhum outro estado do País reúne tantos troféus. O Grêmio é o maior campeão - ao lado do Cruzeiro -, pois conquistou quatro vezes o torneio.

Internacional e Juventude, uma vez cada São Paulo vem em segundo lugar com cinco títulos, Minas Gerais tem quatro, o Rio de Janeiro três e Santa Catarina, com o surpreendente desempenho do Criciúma de Luiz Felipe Scolari, em 1991, trem um.

Essa Copa, caminho mais fácil para chegar à Libertadores da América, por ser mais curta e reunir clubes pequenos e fáceis de serem batidos - especialmente em suas fases iniciais - é uma verdadeira obsessão para Grêmio, Inter e Juventude. De tal forma que técnicos e dirigentes de todos eles declaram sem pensar muito que o Campeonato Gaúcho passa a um segundo plano a partir de agora.

Em 1989, quando foi realizada pela primeira vez a competição, o Grêmio foi o primeiro a se aproveitar dele para chegar à Libertadores. "Nós vimos que a chance era boa, que os grandes clubes do País não estavam dando muito bola para aquele novo torneio que surgia, e fomos com tudo", lembrou dias atrás o presidente do Grêmio, Paulo Odone, que coincidentemente era o dirigente maior do clube também naquela ocasião.

Depois daquela primeiro título, numa final contra o Sport Recife, o Grêmio voltaria a vencer em 1994, sobre o Ceará; em 1997, derrotando o Flamengo na decisão; e em 2001, sobre o Corinthians. O zagueiro Mauro Galvão, que participou da campanha do tricampeonato, afirma que "o Grêmio é um especialista nesse tipo de competição, no estilo mata-mata, e outra vez começa como grande candidato. O Inter até está montado há mais tempo e teoricamente vai com uma equipe mais forte, mas como o andar do campeonato tudo poder acontecer".

O Grêmio estréia nesta noite de quarta-feira, 13 de fevereiro, enfrentando o Jaciara, do Mato Grosso, a princípio uma presa fácil para o Tricolor gaúcho que busca o pentacampeonato. Já o Internacional será o terceiro dos clubes gaúchos a começar a disputar a Copa. Será no dia 27 de fevereiro, na Paraíba, contra o Nacional.

"Está na hora de começarmos a pensar em mesclar alguma coisa", avisa o treinador do Inter, Abel Braga, sem negar que o clube dá preferência à Copa do Brasil. Uma opção que vem de cima para baixo, pois a presidência do clube quer o título, para garantir que em 2009, ano do centenário do Sport Club Internacional, o time esteja disputando a Libertadores da América.

O Colorado venceu a edição de 1992, numa decisão polêmica, contra o Fluminense. A equipe ganhou o jogo final por 1 a 0, através de um pênalti assinalado pelo árbitro José Aparecido de
Oliveira aos 42min do segundo tempo. O próprio jogador do Inter que sofreu a penalidade, Pinga, admitiu após aquele jogo que havia "forçado" a queda ao gramado. Na manhã do dia seguinte, atletas do Fluminense chegaram a dar uns safanões no juiz, quando o encontraram no aeroporto.

Já para o Juventude, ganhar essa Copa significará o renascimento, depois de uma temporada em 2007 na qual tudo deu errado e o clube desabou para a Série B nacional. Mostrar força e competência neste 2008 é a chance de recuperar sua grandeza. "Temos de respeitar todos os adversários, mas ir com confiança para cima deles", declara o meia Lauro.

O jogador, de 34 anos, é um símbolo do período de maior glória do Juventude, no final dos anos 90, e estava na equipe que em 1999 ganhou o título, numa decisão contra o Botafogo, no Maracanã, na qual o empate em 0 a 0 lhe serviu.

O Juventude é o primeiro dos três ambiciosos clubes gaúchos a começar a jornada na Copa do Brasil 2008. A estréia será no incomum horário das 16h desta quarta-feira, contra o Linhares, do Espírito Santo. Isso porque o estádio Joaquim Calmon não possui iluminação artificial.