Nos diz um pouco mais que a estréia honesta de Santa Maria. Só que ainda é insuficiente para qualquer previsão definitiva. Se não era o caso de se preocupar na quarta, também não é o caso de se empolgar com esses 5×0 contra o Esportivo. Mas uma goleada na estréia do time frente a sua torcida é um alento invertido, do campo para as arquibancadas, uma saudação incentivadora de boas vindas ao torcedor que fará o mesmo durante o resto do ano.
A principal missão do Esportivo em Porto Alegre era divulgar a Festa da Uva. Sem dar bola para o significado de UVA no dicionário da boleragem, o time da serra veio vestido como tal numa grande sacada de marketing de oportunidade. Também se comportou como tal. O Grêmio ajudou fazendo a camisa cor de vinho aparecer cinco no horário nobre do Jornal Nacional. Ruy, Souza, Jonas, Alex Mineiro e Tcheco tem direito a uma caixa de Cabernet como regalo.
Ruy Cabeção, que não é nenhum Malbec argentino, tem surpreendido a cada gole como os vinhos artesanais de garrafão, sem rótulo e sem imposto, que descem a serra direto da colônia. Vem demonstrando raça de sofrer uma falta e preferir levantar para recuperar a bola. Vem fazendo a função de lateral e de ala com qualidade nas duas. Vem fazendo gols. Vem conquistando a torcida e até as viúvas do Mattione. Ganhou este parágrafo e que não me faça queimar a língua.
Ainda com todo o cuidado podemos dizer que vimos Tcheco voltando a ser o Tcheco, Souza repetindo boa atuação e definitivamente se oficializando como o batedor de faltas. Willian Magrão cada vez melhor, Jonas querendo tornar as coisas mais difíceis para Maxi e/ou Herrera. Alex Mineiro mostrando que também gosta de ser o cara do penúltimo toque. A zaga foi pouco testada, mas Réver e Victor certamente não escaparam de uma putiada por brincar em serviço.
É o Grêmio 2009 ainda em período de testes, mas já acordando para a lida e a torcida tirando a poeira da garganta com branco ou tinto em pleno verão.
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