.: 0×0, fora o sarandeio.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

0×0, fora o sarandeio.


Dos 33 mil Gremistas que entraram pelos portões do Olímpico na noite de ontem uma meia dúzia ainda está lá. Olhando fixo para o campo com um copo de Kronembier na mão, certos de que aquela bola uma hora vai ter que entrar. Já a torcida e o pessoal da delegação chilena voltam para casa decididos a virar crentes, parar de fumar e de comer a gordura da costela. Valorizando a vida como um sujeito que sobrevive a 20 tiros na saída de um bailão na Feitoria.

Tem coisas que só podem acontecer mesmo com o Grêmio. Sarandas como a aplicada pelo Grêmio no Universidad ontem à noite acontecem toda hora, mas é difícil lembrar de uma que tenha terminado com o placar virgem. Para aumentar a angústia, até encontrar culpados pela estréia sem vitória em casa fica difícil. Mas alguém vai se puxar, tem quem viva disso.

O diagnóstico mais fácil e superficial será a incompetência do ataque. Uma verdade em termos, se pararmos para pensar que apenas o “chute” do Alex Mineiro para fora sem goleiro pode ser classificado como tal. Em todos os outros lances, quem foi responsável pelo último toque sempre fez o que qualquer jogador do mundo faria contra oito adversários dentro da área e uns três em volta.

Dá para culpar, sim, o árbitro pelos dois pênaltis que ele conseguiu fazer que não viu, mas do jeito que a zica estava as duas cobranças iriam para a trave, estava escrito. Juarez também não atrapalhou o ímpeto da gurizada achando que o time estava faceiro demais. Pelo contrário, a cada momento de angústia, a cada bola na trave e a cada chute precipitado de longa distância, chamava do banco o que tinha de mais parecido com atacante à mão.

Uma grande noite de Adilson-eu-estava-ali-o-tempo-todo, também de Tcheco na arquitetura, Souza cada vez mais esmerilhando sem firulas, só na objetividade e Réver que quase não esteve em campo por brincar de Gauchão no carnaval. Grande atuação da torcida, como de praxe. Novamente focada ao time dentro de campo foi responsável por manter o ritmo da blitz e acordar quem por ventura quisesse ter câimbras.

Fica de alento a percepção de que a fome do time pelo Tri-Campeonato é a mesma que a nossa, a sua determinação de lutar a morrer e a certeza para os próximos jogos, de que um raio desses não pode cair no mesmo lugar. Opções para o que faltou na noite de ontem temos na espera, faltou o Herrera naquela correria e o Maxi também vem aí. Aquela bola vai ter que entrar.

Cristian Bonatto

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