.: Indignação

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Indignação



Na arquibancada e no campo, ao menos.

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Existem dois motivos que podem levar um torcedor a levantar da mesa num domingo cinzento três dias após uma eliminação de Libertadores em que fez de tudo que podia, convenceu a si mesmo e aos outros que ainda era possível, ainda foi tratado como um presidiário em rebelião. Um deles é o instinto, que faz com que automaticamente, sabendo que tem jogo, tu resgate a camisa do Grêmio do cesto de roupa suja e coloque por cima de um moletom, ache a carteirinha no bolso da calça de quinta, pegue a cerveja remanescente do sábado e saia porta a fora como um zumbi (imortal, afinal de contas).

Outra razão é o protesto, contra uma direção que entre desmandos, trapalhadas e uma inexperiência altaneira, conseguiu levar o Grêmio a eliminação na Libertadores mais fácil entre as 13 disputadas, que, na figura do presidente ainda acha tempo para brincar de Sérgio Morais com um muito animador: “Não estou nem aí para protestos”. Que te fizeram desejar que as placas “F-E-L-I-Z-E-S A-G-O-R-A-?” fossem distribuídas no lugar daquela mãozinha ridícula de papel. Papel de bobo. Felizmente, tu não é nenhum acéfalo para vaiar o time que estava em campo, onde até os mais limitados não tem culpa de estarem ali. O protesto foi pacífico e bem direcionado, como deve ser.

Em campo a dupla Maxi e Herrera também demonstrou indignação a sua maneira, parecendo fazer gols não só para desencantar, mas para terem motivo de sair gritando de cara feia desabafando contra a falta de cojones que parece estar contaminando também o time. Do Vírus se faz o antivírus e o de ontem veio da argentina. Com dois de Máxi e Dois de Herrera, podemos chamá-lo de H2M2. Uma dose para iniciar o tratamento, nada que te faça sentir renovado, talvez anestesiado por instantes. Até a hora das próximas declarações da direção.

Cristian Bonatto

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