.: Respeito, carinho e tempestades. Ele merece.

sábado, 21 de novembro de 2009

Respeito, carinho e tempestades. Ele merece.

A saída do Tcheco, mesmo que pela porta da frente do Olímpico e com direito a lenços brancos sendo tremulados, nos deixou no ápice de uma guerra santa. Nas comunidades, fóruns e comentários de blogs gremistas se engalfinham verbalmente. Comentaristas renomados da nossa imprensa estão demorando a tocar no assunto, até aqueles conhecidos por adorar uma polêmica agora estão pisando em ovos. Nos jornais de hoje se lê muito pouco sobre o assunto e as opiniões são chapa branca sobre um fato que merecia ser a capa de todas as editorias de esporte.

FBL-LIBERTADORES-GREMIO-SANTOS
Tcheco não merecia mesmo uma saída silenciosa e sem polêmica, pois não faz parte do time dos medíocres. Até o céu desabou no dia em que o fim se sua era no Grêmio foi anunciada. Outra coisa que Tcheco não merece nessa hora é a hipocrisia. Faço minha parte dizendo que sou dos 30% que consideram correta a sua saída. Não me orgulho disso, mas é minha opinião.

Perdemos um jogador com ética, respeito à camisa e futebol de qualidade e inteligência insubstituíveis. Mas que a cada dia vinha visivelmente deixando de nos oferecer estas características, seja pelo destempero em momentos que a situação exigia sangue frio ou pelos frequentes sumiços em campo.

Quando qualquer relacionamento chega a um ponto em que está escorado apenas no carinho e respeito entre as partes é hora de ter a coragem de dar um ponto final, enquanto ainda se salva pelo menos estas duas coisas. Por esse desgaste inevitável, tanto o capitão, como o Grêmio entenderam que a única possibilidade de levantarem taças era tomarem caminhos diferentes.

Tcheco tem 34 anos e ainda mercado, tem grandes chances de ganhar um título importante em outra equipe. Mas que não conte com a nossa torcida. A imagem do capitão levantando uma Libertadores com outra camisa seria horrível de ser encarada. Tanto para os que aceitaram, como para os que lamentam o dia de ontem.

——————-

O adeus de Tcheco pode ter sido acertada, amigável e de decisão conjunta entre as partes. Mas que Luiz Onofre Meira não pense que a bonita foto de despedida ao lado do capitão ameniza a cobrança que virá a partir de agora quanto a responsabilidade da contratação de um substituto à altura. Não cabe aqui a desculpa poética de que não há ninguém como o Tcheco. A direção se colocou nesta responsabilidade e seu trabalho será duro para nos dar uma resposta. Terá que encontrar alguém de qualidade semelhante ou superior e com o adicional de “espírito vencedor” que a direção mesmo definiu como requisito.

Cristian Bonatto

0 comentários: