Que foi? Disseram que ia ser uma barbada e tu acreditou? Foi pra frente da TV achando que vencer o Aurora ia ser mais fácil que ajudar anão? A mídia passou a semana martelando que o Grêmio voltaria da Bolívia com saldo de gols para abastecer o resto da campanha na Libertadores e com Jonas quase garantido como artilheiro da competição ameaçado apenas por Alex Mineiro. Quem acha que futebol é matemática acreditou na lógica e se frustrou. Imaginou que se Boyacá e La U fizeram 3×0 no fraco time do Aurora o Grêmio faria seis.
Tampouco o susto foi culpa de uma das tantas místicas que cercam o Grêmio, no caso, a que diz que tudo tem que ser difícil (e se não for, o próprio Grêmio dá um jeito de tornar). Não precisa ser psicólogo para ver que o problema do Grêmio é de fácil diagnóstico: algo como uma espécie de transtorno de ansiedade coletiva. Um time mais afoito que guri na primeira vez. Esqueça o técnico, questione suas prioridades se quiser, mas na competição escolhida como principal, não há até agora, nada em que possa ser colocada culpa no Juarez. O time está bem armado, o jogo flui e a coisa funciona até a hora em que a responsabilidade cai em cima de um só: aquele que vai chutar a gol, qualquer um.
Atacante é o que mais tem no Olímpico e treinam o fundamento. Quem presta atenção nos noticiários percebe que o que mais se faz no Olímpico ultimamente é colocar o pé na forma. “Fulano tem o melhor aproveitamento em treino de finalizações” é uma manchete cada vez mais freqüente. O que passa então na cabeça dos nossos atacantes antes do teto preto do momento da finalização? A bola tem tido tanta vontade de entrar que decidiu ir para a rede sozinha para colocar o Grêmio na liderança. Parece uma questão só de não atrapalhar ela. E o Grêmio tem atrapalhado. Vitor do outro lado do campo era a imagem do torcedor em casa ou nos butecos, chegando ao ponto do surto.
Psicólogo no vestiário urgente, o lance é cognitivo. Se já tem, outro.
Desconto para os sócios em alguma clínica também.
Cristian Bonatto
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